quarta-feira, 8 de junho de 2011

Máquina de Escrever.











Meu coração é máquina de escrever:
a peste, a morte, o corpo e o prazer
a sensação das coisas
o mundo escuso do "Ter e não Ser"
a noite escura e a pele nua.
Mecanógrafo da vida
daqueles que tentam consertar o mundo
e deixam sobrar parafusos
para montar outro Homem
Um desses caras que quebrou a cara
desprezando Alzira
logo após um terno beijo.
Depois disso comeu uma linda puta estrábica
rasgando saia e calçinha
escavando fontes
ruminando línguas.
Dedilhando lírios e seios...
Daqueles caras que [I] lustra [M] o cesto das palavras:
a nudez d' alma
Um tipógrafo da vida
alinhando a escrita e os sonhos
na mecanização dos dias...
Ricardo Sodré.

3 comentários:

Ricardo Sodré disse...

Esculturas feitas de peças de máquina de escrever feitas por Jeremy Mayer.Fotografias de autores desconhecidos.
Este poema retrata a época que trabalhava como técnico em máquinas de escritório e nossa maior paixão era a Letra, a poesia, o conhecimento e a música.

personalfriendalexandrewashington.blogspot.com disse...

pod crer! morte!

personalfriendalexandrewashington.blogspot.com disse...

da hora morte!