O desabrigo,
A fuga e o movimento
Tensões d' alma.
Estradas ou trilhos,
Represas ou rios?...
A poeira,
a ventania
asfaltos por onde escorrem as
velhas promessas de lama...
Teus filhos mortos na madrugada,
No teu Diário Matinal:
O crime!
O grito!
A luta!
e o sangue de um Mestre que não mais ensina Palavras de Ordem,
ou lê em tua cartilha:
" Bem aventurados os que tem fome e sede de justiça"...
" Este poema é uma homenagem ao professor, sociólogo e advogado Marcão (ferido e morto em sua própria casa) e a cidade de Castanhal de poucas chuvas, muitos problemas e que possui um cartão- postal singular: o velho trem da saudosa ferrovia Belém-Bragança. Àqueles cidadãos que aprenderam a cuidar de si mesmo e de todos os viajantes que chegam e encontram o "Cristo" de braços abertos e o povo crucificado pelas autoridades locais.
Este é mais um poema ou manifesto sem o bairrismo e ufanismo débil das elites e com a nobre revolta de um castanhalense de coração e um estranho no mundo. "
Ricardo Sodré.